Blah, Blah, Blah

Na passada sexta-feira, dia 27 de outubro, lançamos a nossa rubrica Blah Blah Blah no Podcast da Portugal Manual.

Um dos feedbacks que nos tem chegado ao longo de quase 1 ano de podcast é que pessoas que não falam português não conseguem ter acesso a esse conteúdo.

Se, por um lado, a opção mais simples nos parecia ser recorrer ao vídeo, colocando as legendas, por outro, neste momento, não era a mais simples de implementar.

Então, pensámos em transformar o conteúdo de áudio em texto. Se, por um lado, ele pode ser traduzido para qualquer língua e chegar a todas as pessoas, por outro, pode também chegar à comunidade surda.

Aqui, a transcrição do primeiro episódio da nossa rubrica BLAH, BLAH, BLAH.

Olá eu sou a Filipa e este é o podcast da Portugal Manual.

Hoje lançamos a nossa rubrica Blah blah blah

Cometi a ousadia de decidir gravar um episódio a solo. Porquê? Porque há assuntos que quero partilhar e acho que este é o melhor formato para o fazer.

Vou encarar isto como um projeto piloto. Se o vosso feedback for bom e se no final isto me tiver dado algum gozo a fazer, continuaremos por aqui caso contrário, ficará apenas este para memória do que poderia ter sido 🙂

Serão episódios curtos com pequenas reflexões e partilhas que estarão sempre ligados com o que fazemos e promovemos na Portugal Manual.

Se à partida, a minha espontaneidade e capacidade de improviso me deram confiança para fazê-lo, à terceira tentativa percebi logo que não seria assim tão fácil. Mas sem mais demoras vamos lá ao tema que me levou a querer fazer isto.

A pergunta que se impõem: é cedo para começarmos a pensar no natal?

Para entrar no tema de hoje quero começar por  partilhar a história de uma  joalheiras da nossa comunidade

O pedido tinha chegado por email em dezembro: um cliente queria  um pendente em forma de grão de café. Tudo parecia simples e de fácil execução, mas o pedido não ficava por aí. O pendente teria uma funcionalidade especial. 

“Teria de conter as cinzas de uma pessoa querida que já tinha partido”

Por esta é ninguém esperava. Mas o pedido foi realizado e depois desse, outros do mesmo género se seguiram. 

Mas o que tem esta história a ver com o tema de hoje?

Bom, se esta esta pessoa não se tivesse programado para ter algo especial para oferecer no natal, não seria na véspera que teria o seu porta cinzas personalizado…

…. 

Há umas semanas começaram a aparecer, nas redes sociais, algumas publicações indignadas sobre lojas com decorações de natal quando ainda se faziam sentir 30º na rua. Depois de 5 natais no Brasil, é uma imagem que não me causa tanta estranheza mas de facto, estar a falar do natal em outubro faz-nos torcer o nariz. 

É uma altura do ano em que os novos artesãos e artistas da nossa comunidade começam a canalizar as suas energias para aquela que será uma das melhores épocas de vendas do ano.

Sabem que fevereiro,março e abril, são, tipicamente, os meses mais desafiantes, pelo que nesta altura já têm tudo a postos para dar respostas aos pedidos de natal.

E foi sobre isso que quis vir falar-vos. Ainda em outubro. Sobre a importância de planear as compras de Natal e a valorização do feito à mão numa época em que o consumo massificado muitas vezes se sobrepõe ao que é verdadeiramente importante.

Muito se tem falado sobre a importância de valorizar o que é nosso, num momento em que nos vemos privados de tantas coisas nas cidades em que já dificilmente conseguimos viver. À medida que sentimos a nossa cultura a fugir-nos torna-se imperativo valorizar o que é nacional, impulsionar as economias locais e, acima de tudo, conectar-nos com a nossa identidade.

Nos ultimo anos temos assistido a um crescimento exponencial na valorização dos produtos portugueses e dos produtos feitos à mão. 

Novas lojas online, mercados e plataformas surgiram para destacar o que é genuinamente nosso. E é aqui que entra a valorização da produção MANUAL.

Numa época em que a digitalização e a inteligência artificial dominam as nossas discussões,, uma tendência tem ganhado força: a busca pelo “feito à mão”. Produtos que, além de funcionais, contam histórias, trazem significados e estão imbuídos de cultura e tradição.

O artesanato, de facto, está a mudar. Desde a tecelagem à joalharia, os artesãos estão a reinventar-se, a moldar o tradicional com uma pitada de modernidade, mantendo a essência e a paixão de sempre. Ao comprar uma peça artesanal, não estamos apenas a adquirir um objeto, mas também as memórias, histórias e afetos que ele carrega.

O Natal está à porta e, com ele, a responsabilidade de escolhermos presentes com significado para as pessoas que mais amamos. Já pararam para pensar na importância de apoiar o que é feito à mão? 

  • Cada peça feita à mão carrega uma identidade única. É o reflexo de quem a faz, da sua cultura e da sua paixão.
  • Ao oferecermos um produto feito à mão, estamos a oferecer também um pedaço de história e tradição, algo que produtos em massificados jamais conseguirão transmitir.
  • O feito à mão valoriza a qualidade. As peças são feitas com atenção ao detalhe, com matérias-primas selecionadas e com um carinho especial.
  • Todos os artesãos e artistas da nossa comunidade utilizam materiais locais, sustentáveis e eco-friendly.
  • Ao apoiarmos o feito à mão, estamos também a apoiar práticas mais sustentáveis e a reduzir o nosso impacto ambiental.
  • Outro fator bastante importa: fortalecer as economias locais
    • Ao comprar produtos feitos à mão, estamos a apoiar pequenos negócios e a fortalecer a economia local.
    • Estamos a investir diretamente em pessoas, ajudando-as a continuar a fazer o que amam e a preservar tradições e ofícios.
  • A somar a tudo isto, as peças autorais são muitas vezes únicas ou feitas em pequenas quantidades.
    • Ao escolher um presente feito à mão, estamos a escolher algo exclusivo, que dificilmente outra pessoa terá igual.

Mas e porque é que estamos a falar do natal em outubro?

O tempo é uma característica inerente ao trabalho manual. Muitas destas marcas e projetos não trabalham com stock imediato, porque cada peça é criada com dedicação, carinho e atenção ao detalhe. Por isso, ao planearmos as nossas compras de Natal, é essencial que façamos as nossas encomendas atempadamente. Este gesto simples não só garante que recebemos o presente ideal a tempo, mas também demonstra o nosso respeito e apreço pelo trabalho dos artesãos.

O mote que queremos deixar é: Presentes além das Peças.

Além de objetos únicos, considerem oferecer experiências. Um workshop, uma visita a um atelier ou uma subscrição de uma revista ou canal de um artista são presentes inesquecíveis. 

Outra possibilidade é a de criar o seu próprio presente num dos workshops do DEPOZITO. É uma forma incrível de partilhar paixão, aprendizado e criatividade.

Mas vamos lá às vantagens de Programar as Compras de Natal:

1 – Poupar Dinheiro: Ao planearmos com antecedência, evitamos as compras por impulso e, consequentemente, gastar mais do que o previsto.

2 – Oferecer Algo Único: Os presentes artesanais garantem que estamos a oferecer algo exclusivo e especial.

3 – Evitar o Stress: Planeando, evitamos o tumulto das lojas lotadas na época natalícia e os prazos apertados das entregas online.

4 – Participação Ativa: Em vez de apenas comprar, podemos fazer parte do processo de criação, participando de workshops, como os oferecidos pelo DEPOZITO.

Lembrando sempre: mais tempo, menos impulso. Ao planearmos com antecedência, garantimos presentes significativos e respeitamos o trabalho manual, contribuindo para uma celebração natalícia mais consciente.

Convidamos a visitar as nossas lojas.
Depozito, no numero 21 da Rua Nova do Desterro em Lisboa e ainda no Centro Cultural Belém, ao pé da recepção principal do CCB.

No nosso site encontra os horários de funcionamento. (clicar no link)

Se o que procuram são as experiências convidamos a visitar o nosso site das Curated Cultural Experiences.

E assim chegamos ao fim deste episódio a solo. Deixem-nos os vossos comentários e partilhem com quem acham que pode ter interesse neste conteúdo.

Aproveitamos para vos convidar a mergulhar nos quase 50 episódios que estão disponíveis nas várias plataformas.

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A pós produção é do João Rodrigues!

Até já!