À conversa com Carlos Manuel Gonçalves
Kenton Tatcher

No próximo sábado — 11 de Novembro — Carlos irá apresentar a sua mais recente colecção “Alentejo do meu coração”, feita em especial para a nossa loja Depozito, para homenagear as suas raízes.

Estão tod@s convidad@s a aparecer no Depozito, para conhecer o Carlos pessoalmente e verem esta coleção tão especial.

Aproveitamos o momento para mergulhar no seu universo criativo e saber o que o inspira e o que o move no dia a dia.

PM – O que te inspira além do seu trabalho? Quais são seus hobbies ou interesses fora do campo criativo?
Carlos – Fora do campo criativo, o desporto ajuda bastante a manter-me equilibrado, e consequentemente inspirado. É um momento só meu, onde desligo do resto. Gosto muito de musica (não consigo trabalhar sem ela), de ler e estar com os meus amigos. Os animais são sempre companhias de eleição. E também eles me inspiram
PM – Qual é o teu lugar favorito para encontrar inspiração ou relaxar? Alguma paisagem ou ambiente que te inspire?
Carlos – Qualquer lugar perto da natureza, é sempre ótimo para relaxar e carregar baterias. A paisagem alentejana é sem duvida uma fonte de inspiração para mim. Mas o litoral desta zona do país, tem cada vez mais vindo a apaixonar-me ultimamente. 

PM – Tens alguma rotina matinal ou ritual que te ajuda a começar o dia com energia e criatividade?
Carlos – Gosto de começar o dia bem cedo. E vou fazer o meu treino no ginásio, ou a minha aula de hidroginástica, que me ajuda bastante com as lesões causadas pelo trabalho. O exercício fisico deixa-me bem disposto e com energia para que o resto do dia corra melhor e seja produtivo!

PM – Existe alguma história especial por trás de uma das tuas criações? Podes contar-nos um pouco sobre ela?
Carlos – Muitas das criaturas que faço reportam à minha infância. Já me aconteceu fazer uma peça que me trouxe à memória uma dessas personagens que até então estava esquecida, e esse reencontro com as minhas lembranças de menino foi muito bonito. É uma pena que as responsabilidades da vida adulta, apaguem com o tempo todo esse imaginário infantil que é tão rico. Penso que de alguma forma o tenho recuperado através do meu trabalho. E adoro essa sensação!
PM – Se tivesses a oportunidade de colaborar com qualquer artista/escritor/designer do mundo, quem seria e por quê?
Carlos – A obra do Keith Haring será sempre uma referência para mim. E de certeza que não sou o único que adoraria ter colaborado com ele. Mas elegendo um artista vivo, neste caso um duo, trabalhar com os Haas Brothers seria um sonho! 
PM – Uma música?
Carlos – Uma só é difícil. Mas talvez a “Both Sides Now” da Joni Mitchell. Ou o “Jóga”, da Bjork!
PM – Um livro?
Carlos – O Lixo na Minha Cabeça, do Hugo Van der Ding. Faz-me rir sempre. E o meu é muito especial! 
PM – Um filme?
Carlos – Mar Adentro, do Alejandro Amenábar. Toca-me sempre. 
PM – Uma côr?
Carlos – Verde!

PM- Um lugar
Carlos – Todos onde fui ou sou feliz. 

PM – Uma pessoa
Carlos – Uma não. Várias! Os meus amigos, sempre! E o meu cão, o Afonso. Que para mim, é uma pessoa. 
PM – Uma peça tua?
Carlos – Costumo gostar sempre mais das minhas últimas criações. Mas se disser só uma, talvez a peça “Aflição”. 
PM – Uma peça de um colega
Carlos – É difícil! Tenho vários colegas, alguns deles que são meus amigos, e que admiro bastante o seu trabalho. Mas adoro o “Pássaro-Peixe” da Iva Viana. Já encomendei um! 
PM – Alguma experiência ou viagem que teve um impacto significativo no teu processo criativo? onde e porquê?
Carlos – Acho que viajar é das experiências mais inspiradoras de sempre. E de cada sitio trazemos algo único, que nos enriquece. 

PM – Quais são os teus métodos para lidar com o bloqueio criativo?
Carlos – Costumo dizer que não me posso dar ao luxo de ter bloqueios. Não tenho tempo para isso. Quando algo não está a correr conforme esperado, desfaço tudo e volto a fazer. Há dias que fluem melhores que outros, claro. Mas faz parte. Não desistir leva-nos sempre a algum caminho!

PM – Quais são os teus métodos para lidar com o bloqueio criativo?
Carlos – A musica certa pode ajudar. Adoro trabalhar com musica. Mas insistir e continuar, é sempre o melhor.