Mais uma semana em que estivemos à conversa com alguém da nossa rede. Hoje iremos mergulhar no universo de Clara Rêgo, teremos a oportunidade de dar a conhecer as suas inspirações, a sua paixão pela cerâmica e o significado por trás de cada peça que cria. Esperamos que gostem e que descubram como a cerâmica pode ser uma expressão poderosa da conexão entre o ser humano e a natureza. Preparem-se para se deixarem encantar com a beleza e a singularidade das obras de Clara Rêgo.
Clara Rêgo, Portugal Manual
PM – O que te inspira além do teu trabalho? Quais são os teus hobbies ou interesses fora do campo criativo?
Clara – Inspira-me a natureza, a música e algumas pessoas. Sinto-me melhor longe da cidade e de preferência perto ou dentro de água. O mundo submarino fascina-me imensamente. Adoro formações rochosas e corais e toda a riqueza de texturas, cores e energias e vida que neles vivem. Sou amante do desporto e é a minha maior fonte de equilíbrio juntamente com a meditação e a produção artística. Prefiro estar ao ar livre e por isso adoro viajar de bicicleta. Para além disso, exercício diário e mais recentemente pole dance. Tenho uma horta em casa que cultivo, nem sempre com a frequência com que gostaria e de onde retiro alguns vegetais, ervas e flores. Valorizo muito o tempo que lá passo sozinha com os pés na terra, a meditar.
PM – Qual é o teu lugar favorito para encontrar inspiração ou relaxar? Alguma paisagem ou ambiente que te inspire?
Clara – Quase sempre, o mar.
PM –Tens alguma rotina matinal ou ritual que te ajuda a começar o dia com energia e criatividade?
Clara – Sim. Sou uma madrugadora por natureza então na maioria dos dias treino de manhã antes de ir trabalhar. Gosto de incluir meditação na minha rotina matinal mas nem sempre consigo, às vezes prefiro mesmo o exercício. Quando está bom tempo acordo e vou regar a horta antes do sol chegar.
Foto @Markus Spiske
PM – Existe alguma história especial por trás de uma das tuas criações? Podes contar-nos um pouco sobre ela?
Clara – Penso que tantas e nenhuma especificamente. Todas elas, no entanto, têm vindo a guiar-me num caminho em que sinto que o que tenho a comunicar e não me é possível por palavras, é através da arte e das mãos, e que a energia que me faz sentido canalizar e transmitir é uma energia feminina, delicada e bruta, diferente e bem mais complexa e misteriosa daquela que os padrões da sociedade nos incutiram.
PM – Se tivesses a oportunidade de colaborar com qualquer artista/escritor/designer do mundo, quem seria e por quê?
Clara – Nikita Gill, Yrsa Dailey Ward, Sopomomo e Sabri Ben Achour. As duas primeiras pelas suas escritas, que invocam muito o lugar do feminino no mundo atual e em toda a ancestralidade, a sororidade, as feridas e a magia; Sopomomo porque adoro as esculturas e cores que usa e acho que ficariam incríveis com materiais cerâmicos, vidrados loucos e materiais menos sintéticos; O último, que trabalha a cerâmica através de campos magnéticos porque me fascinam as suas criações e adoraria testemunhar e criar com ele.
@Sopomomo
PM – Uma música?
Clara – Be thankful for what you’ve got, Massive Attack.
PM – Um livro?
Clara – “Sandman” – Neil Gaiman
PM – Um filme?
Clara – Great Expectations
PM – Uma cor?
Clara – Azul.
PM – Um lugar?
Clara – Praia da Carrapateira.
@Pier, Unsplash
PM – Uma pessoa?
Clara – A minha mãe.
Clara Rego e a Mãe
PM – Uma peça tua?
Clara – Deusa polvo.
PM – Uma peça de um colega?
Clara – Serigrafias “Cultivar 1” e “Cultivar 2” da Karla Ruas.
Cultivar I, Karla Ruas @Aguas Furtadas
Cultivar II, Karla Ruas @Aguas Furtadas
PM – Alguma experiência ou viagem que teve um impacto significativo no teu processo criativo? Onde e porquê?
Clara – Penso que, não de uma forma imediata e literal, a meditação ajudou e ajuda muito a voltar a mim, o que se reflete imenso na autenticidade do processo, na minha opinião.
PM –Quais são os teus métodos para lidar com o bloqueio criativo?
Clara – Continuar.
Para conhecer mais do trabalho da Clara Rêgo convidamos a visitar:
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