Paula Vieira, joalheira que integra a Portugal Manual desde 2018.

A paixão pelo mundo da joalharia surgiu há 30 anos. Com um sonho em vista, concluiu a sua formação técnica profissional e, logo depois, para ganhar experiência, começou por desenhar jóias para diversas empresas do setor. Pouco depois abriu o seu primeiro atelier. A cidade escolhida para ver nascer a marca foi o Porto, decorria o ano de 1998, mas no início do novo século estabeleceu-se em Lisboa, onde se encontra atualmente.

PM – O que te inspira além do teu trabalho

Paula –

Viajar é uma fonte inesgotável de inspiração para mim. As experiências de viagem enriquecem e influenciam muito o meu trabalho. Um exemplo dessa influência é a coleção Romanica, com peças inspiradas em 5 cidades europeias de que gosto muito.

PM – Quais são seus hobbies ou interesses fora do campo criativo?

Paula – Gosto muito de desenhar, cozinhar e viajar. As reuniões em família e estar com amigos são também muito importantes para mim. Para além disso jogar golfe
proporciona-me tempo de qualidade ao ar livre.

PM -Qual é o teu lugar favorito para encontrar inspiração ou relaxar?
Alguma paisagem ou ambiente que te inspire?

Paula – Passear no campo ou junto ao mar, permitem recarregar energias e estimulam a minha criatividade. Outras vezes procuro simplesmente o silêncio total da noite.

PM – Tens alguma rotina matinal ou ritual que te ajuda a começar o dia com energia e criatividade?

Paula – Não sou muito de rituais, mas gosto de me levantar antes mesmo do nascer do sol quando a agitação do dia ainda não começou para a maioria das pessoas. Quando o faço tenho sempre um dia repleto de energia e particularmente produtivo.

PM – Existe alguma história especial por trás de uma das tuas criações? Podes contar-nos um pouco sobre ela?

Paula – Há uns anos fui convidada a fazer uma peça de joalharia para o lançamento oficial de um jogo de tabuleiro estratégico, semelhante ao xadrez. O tabuleiro é dividido por uma trincheira, tendo de cada
lado dispostas as diversas patentes militares. Respondi ao desafio criando uma versão alternativa. Trata-
se de um colar que se desmonta peça a peça para poder jogar e que no final do jogo volta à primeira forma.

PM – Se tivesses a oportunidade de colaborar com qualquer artista/escritor/designer do mundo, quem seria e porquê?

Paula – O artista que eu escolheria seria o joalheiro Giovanni Corvaja, um joalheiro italiano com uma estética que muito aprecio e uma técnica irrepreensível.

PM – Uma música?

Paula – Depende dos dias. Tanto me pode inspirar ouvir Bach como música rock…

PM – Um livro?

Paula – Poderia referir muitos, considerando a minha formação literária, mas o autor que me vem sempre em primeiro lugar à mente é Gabriel Garcia Márquez e Cem anos de Solidão. Uma obra de grande riqueza linguística e complexidade narrativa que explora temas universais como o amor, a solidão, o poder e a decadência.

PM – Um filme?

Paula – Fanny und Alexander de Ingmar Bergmann, uma obra introspectiva da psicologia humana, rica em detalhes e exploração de temas complexos que confrontam o mundo imaginativo das crianças e a realidade do mundo adulto.

PM – Uma côr?

Paula – Cor preferida não tenho. Diria que é aquela que combina melhor com o momento ou a situação.

PM – Um lugar?

Paula – Já deixei o meu coração preso a tantos lugares…

PM – Uma pessoa?

Paula – Diria, muitas pessoas com os filhos em primeiro lugar.

PM – Uma peça tua?

Paula – Difícil escolher de entre tantas que já criei. Talvez todas as que sei tornaram alguém particularmente feliz.

PM – Uma peça de um colega?

Paula – Aprecio muito o trabalho de ilustração da Marta Nunes.

PM – Alguma experiência ou viagem que teve um impacto significativo no teu processo criativo? onde e porquê?

Paula – Uma viagem a Florença. Apeteceu-me muito poder recuar uns séculos no tempo…

PM – Quais são os teus métodos para lidar com o bloqueio criativo?

Paula – Sair da rotina.

Conheçam mais do trabalho da Paula Vieira aqui