À conversa com Ana – Cuscuz Studio
Portugal Manual, Curated Cultural Experiences

Estivemos à conversa com Ana, a mente criativa por trás do Cuscuz Estudio que desafiou o seu pai Amâncio a dar corpo à sua ideia. Desde então produzem os seus óculos e brincos desde o seu pequeno atelier em Coimbra.

PM – O que te inspira além do teu trabalho? Quais são os teus hobbies ou interesses fora do campo criativo?

Ana – Cultura, tradições e como ela se mantém e evolui ao longo dos tempos. Viagens.

PM – Qual é o teu lugar favorito para encontrar inspiração ou relaxar? Alguma paisagem ou ambiente que te inspire?

Ana – É engraçado que tanto consigo encontrar inspiração num meio simples e calmo como no meio do caos de grandes cidades. Para relaxar gosto de ir para perto do mar.

PM – Tens alguma rotina matinal ou ritual que te ajuda a começar o dia com energia e criatividade?

Ana – Obrigatoriamente música e um café.

PM – Existe alguma história especial por trás de uma das tuas criações? Podes contar-nos um pouco sobre ela?

Ana – O nome do projeto “CUSCUZ” surge de uma memória de infância, quando era mais nova passava temporadas no Rio de Janeiro, terra natal da minha mãe. Domingo era dia de feira, e dia de comer cuscuz doce na praça. O meu primeiro contacto com projectos de marcas de design e artesanato foi nesses passeios e foi lá que também nascia a vontade de criar algo, já com os óculos de sol em mente.

PM – Se tivesses a oportunidade de colaborar com qualquer artista/escritor/designer do mundo, quem seria e por quê?

Ana – Nunca pensei muito sobre isso, gosto bastante de colaborar com pequenos criadores tanto de Portugal como de qualquer parte do mundo. Tenho algumas marcas que criativamente me inspiram, como a Jacquemus ou a Paloma Wool, seria incrível poder trabalhar com esses criadores incríveis mas a colaboração e a partilha quando é feita com um pequeno criador é de uma ambição é uma mútua ajuda inexplicável. 

PM – Uma música?

Ana – No atelier gostamos de ouvir musica mais instrumental. Bossa, jazz, melodias latinas e africanas. Se tivesse que selecionar uma música que faz sentido na CUSCUZ é a Tigresa, do Caetano onde ele diz “Onde a gente e a natureza feliz vivam sempre em comunhão”, onde resume a nossa missão. Para a música do mês: Sonho de Abril-Gisela Mabel, um solo de piano emocionante.

PM – Um livro?

Ana – Looks Good Feels Good is Good de Anne Van der Zwaag uma Bíblia do design sustentável e do design social.

PM – Um filme?

Ana – Flores Raras, pelos detalhes de uma arquitetura que se envolve de forma harmoniosa com a natureza. 

Flores Raras, 2013

PM – Uma cor?

Ana – Verde ou Laranja.

PM – Um lugar?

Ana – Rio de Janeiro. Ou um lugar que visitei no verão passado, ilha da Harmona, no Algarve.

PM – Uma pessoa?

Ana – Mestre Amâncio.

Cuscuz, Portugal Manual
Cuscuz, Portugal Manual

PM – Uma peça tua?

Ana – Podia escolher um modelo de óculos, mas acho que o que me deu mais gosto em fazer foram os brincos. Os brincos surgiram das sobras da produção dos óculos, fomos colecionando cada retalho do processo dos óculos e evitando ao máximo o descante criamos o nosso segundo produto. 

cuscuz, portugal manual
cuscuz, portugal manual

PM – Uma peça de um colega?

Ana – Uma fruteira da Malga.

PM – Alguma experiência ou viagem que teve um impacto significativo no teu processo criativo? Onde e porquê?

Ana – A última que me causou mais impacto foi Marrocos. É um lugar muito cultural, muito colorido onde conseguia encontrar beleza em cada detalhe.

PM – Quais são os teus métodos para lidar com o bloqueio criativo?

Ana – Partilhar experiências com outros criativos.

Fiquem a conhecer mais aqui:

E aqui:

Ana Mendes e Amâncio Neves