Open-call resultados

Para a exposição Contra-Tempo, em colaboração com o Freeport, lançámos um open call que atraiu mais de 120 candidaturas de artistas e novos artesãos, cada um trazendo uma interpretação única do tema central: o tempo. A qualidade das propostas foi tão elevada que tornou impossível escolher apenas um vencedor, como inicialmente definido. Assim, destacamos sete artistas que, com as suas obras, representam o melhor do artesanato contemporâneo português e exploram a profundidade do tempo em cada criação.

1. Atelier Balancê – Duna

Ysaline Ophoff, nascida na Bélgica e radicada em Aljezur, fundou o Atelier Balancê em 2020. Após uma formação em arquitetura e uma imersão na cestaria tradicional na Amazónia , Ysaline desenvolveu uma abordagem poética e ecológica, combinando técnicas ancestrais e materiais locais. A série Duna, criada com a técnica de empreita de palma do Algarve, evoca as formas naturais das dunas e explora a paciência e o ritmo intrínsecos ao trabalho manual.

2. Ivo Oliveira Rodrigues

Designer de produto e colecionador de objetos, Ivo Oliveira Rodrigues explora a importância dos desenhos técnicos no processo criativo. Em 2:1, materializa digitalmente uma composição tridimensional com impressão 3D, que é replicada num tapete artesanal com o dobro do seu tamanho. Este trabalho contrasta a precisão do digital com o tempo necessário para a tapeçaria manual, elevando o valor do artesanato no design contemporâneo.

3. Mayra Deberg – Rastros

Mayra Deberg, designer multidisciplinar com formação em arquitetura e design industrial, investiga o potencial de reutilização de resíduos na criação de novos materiais. A sua peça Rastros, feita de vidro soprado e resíduos de tijolo, resgata memórias e vestígios históricos dos materiais. Inspirada pelos rastros deixados no ambiente, a obra procura transformar materiais descartados em elementos poéticos.

4. Mónica Braga dos Santos

Mónica Braga dos Santos, designer e ceramista, celebra a fluidez dos momentos e as imperfeições nas suas criações. No Serviço de Mesa EBB, cada peça é feita à mão em grés e apresenta camadas abstratas de pigmento e vidro, evocando a beleza dos momentos inesperados à mesa. Este serviço de mesa convida os seus utilizadores a desacelerar e apreciar o tempo e o convívio, valorizando cada momento compartilhado.

5. Ricardo Leal

Arquiteto de formação, Ricardo Leal especializou-se em marcenaria e técnicas tradicionais de embutidos, desenvolvendo móveis autorais. Sua peça Bonheur du Jour é uma releitura de uma escrivaninha clássica do século XVIII, projetada com detalhes minuciosos de marchetaria e uma estética que valoriza a portabilidade. A obra alia tradição e funcionalidade, permitindo ao usuário desfrutar do mobiliário como um objeto atemporal e utilitário.

6. Sílvia Perloiro

Sílvia Perloiro, artista multidisciplinar com formação em arquitetura, apresenta uma obra têxtil que celebra a memória e a tradição familiar. As Mãos Sustêm a Alma utiliza fio de lã merino e croché para criar uma peça que evoca a prática das mulheres de gerações passadas, que transformavam restos de tecido em mantas e tapetes. Esta obra homenageia essas memórias e o valor das mãos que sustentam, literalmente, o passado e a cultura.

7. Vítor Agostinho & Filipa Morgado

Esta jarra faz parte de um projeto chamado Moldes Mutantes. Neste projeto, o molde original passou por uma intervenção da artista Filipa Morgado, que criou uma ilustração em baixo-relevo no molde. O objetivo é que, no processo de conformação utilizando esses moldes, nenhuma peça seja igual à outra. Em cada execução, o molde é montado de maneira diferente, resultando em uma história única para cada peça produzida. Este objeto busca integrar a criação e a contemplação, tornando a experiência ainda mais profunda e envolvente.

Estes artistas trazem, cada um, uma dimensão única à exposição Contra-Tempo, com criações que refletem um olhar profundo sobre a passagem do tempo e o valor da arte feita à mão.

Convidamos a visitar-nos no Freeport Fashion Outlet e descubra como o artesanato contemporâneo pode tornar-se um veículo de reflexão e contemplação sobre o tempo, a paciência e a memória cultural.

Horário de funcionamento: Terça a Domingo das 14h às 19h
Entrada livre